Curiosidades da Saúde

Casos de HIV atingem o ponto mais baixo desde o aumento da doença na década de 1980: WebCuriosos

Casos de HIV atingem o ponto mais baixo desde o aumento da doença na década de 1980: WebCuriosos

Menos pessoas contraíram o VIH no ano passado do que em qualquer momento desde o surgimento da doença no final da década de 1980, as Nações Unidas disseram terça-feiraalertando que este declínio ainda era demasiado lento.


Cerca de 1,3 milhão de pessoas contraíram a doença em 2023, segundo o novo relatório da agência ONUSIDA.


Este valor é ainda mais de três vezes superior ao necessário para alcançar o objectivo da ONU de acabar com a SIDA como uma ameaça à saúde pública até 2030.


Cerca de 630 mil pessoas morreram de doenças relacionadas com a SIDA no ano passado, o nível mais baixo desde o pico de 2,1 milhões em 2004, refere o relatório antes do Dia Mundial da SIDA, no domingo.


Grande parte do progresso foi atribuído a tratamentos anti-retrovirais que podem reduzir a quantidade do vírus no sangue dos pacientes.


Dos quase 40 milhões de pessoas que vivem com VIH em todo o mundo, cerca de 9,3 milhões não recebem tratamento, alerta o relatório.


E apesar do progresso global, 28 países registaram um aumento nas infecções por VIH no ano passado.

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Os esforços para disponibilizar o tratamento preventivo denominado Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) nestes países registaram “progressos muito lentos”, destacou o relatório.

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Truvada, ou medicamento profilático pré-exposição. (Tony Webster/Wikimedia commons/CC-BY-SA 2.0)

“Apenas 15 por cento das pessoas que precisavam de PrEP a recebiam em 2023”, diz o relatório disse.


A vice-diretora do UNAIDS, Christine Stegling, disse que “o progresso tem sido impulsionado pelos avanços biomédicos, pelos avanços na proteção dos direitos humanos e pelo ativismo comunitário”.


“Mas permanecem grandes lacunas na protecção dos direitos humanos, e essas lacunas estão a impedir o mundo de seguir o caminho que acaba com a SIDA”, disse ela numa conferência de imprensa online.


Ela alertou que se as tendências actuais se mantiverem, “acabaremos com um número muito, muito maior de pessoas que vivem com VIH, muito depois de 2030”.


A ONUSIDA enfatizou como as leis e práticas que “discriminam ou estigmatizam” as pessoas com VIH estão a dificultar a luta contra a doença.


Apontou como a Lei Anti-Homossexualidade do Uganda, uma das leis anti-homossexuais mais severas do mundo, levou a uma queda acentuada no acesso à PrEP desde que entrou em vigor no ano passado.


Axel Bautista, um activista dos direitos dos homossexuais da Cidade do México, salientou que as relações entre pessoas do mesmo sexo são proibidas em 63 países.


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“A criminalização exacerba o medo, a perseguição, o ódio, a violência e a discriminação e tem um impacto negativo na saúde pública”, disse ele na conferência de imprensa.


Nova droga “revolucionária”

Um novo medicamento chamado lenacapavir, que os primeiros ensaios revelaram ser 100 por cento eficaz na prevenção da infecção pelo VIH, foi aclamado como um potencial factor de mudança na batalha contra a doença.


Mas surgiram preocupações sobre o seu elevado preço – a gigante farmacêutica norte-americana Gilead cobra cerca de 40.000 dólares por pessoa, por ano, pelo medicamento em alguns países.


No mês passado, a Gilead anunciou acordos com fabricantes de medicamentos genéricos para fabricar e vender o medicamento a custos mais baixos em alguns países de rendimentos mais baixos. Contudo, os activistas alertaram que milhões de pessoas com VIH não serão abrangidas pelos acordos.


Stegling disse que essas “mudanças de jogo só nos levarão à redução certa de novas infecções quando garantirmos que todos terão acesso a elas”.


A diretora executiva do ONUSIDA, Winnie Byanyima, não compareceu à conferência de imprensa.


Byanyima revelou na semana passada que o seu marido, o veterano político da oposição ugandense Kizza Besigye, foi “sequestrado” no vizinho Quénia no início deste mês.


O chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Turk, está entre os que apelam ao governo do Uganda para libertar Besigye, que compareceu a um tribunal militar na capital Kampala na semana passada.

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© Agência France-Presse

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