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Galáxias anãs desaparecidas encontradas perto da Via Láctea no pior lugar: WebCuriosos

Galáxias anãs desaparecidas encontradas perto da Via Láctea no pior lugar: WebCuriosos

A Via Láctea não está sozinha em seu cantinho do Universo.

Pequenas e tênues galáxias anãs, muitas delas com apenas mil estrelas, orbitam nossa vizinhança cósmica em longos circuitos graciosos. Não está claro exatamente quantos existem, mas deve haver muito mais do que o 60 ou mais encontramos até agora.


Os astrônomos identificaram recentemente mais dois desses pequenos companheiros, mas a notícia não é tão solucionadora de problemas quanto você imagina. Agora, parece haver muitos.


Isto porque os dois novos satélites, chamados Virgo III e Sextans II, foram descobertos numa região do espaço já repleta de mais galáxias anãs do que os modelos de matéria escura prevêem.


“Incluindo quatro satélites anteriormente conhecidos, há um total de nove satélites na área de cobertura do HSC-SSP,” escrever uma equipe liderada por Daisuke Homma do Observatório Astronômico Nacional do Japão.


“Esta taxa de descoberta de anãs ultrafracas é muito mais elevada do que a prevista a partir dos modelos recentes para a população esperada de satélites da Via Láctea no âmbito dos modelos de matéria escura fria, sugerindo assim que encontramos um problema de 'demasiados satélites'.”

As localizações das duas galáxias anãs recém-descobertas. (Universidade NAOJ/Tohoku)

A matéria escura é algo invisível e desconhecido no Universo que contribui com uma gravidade adicional que não pode ser atribuída à matéria normal. Galáxias, incluindo a Via Láctea, estão imbuídas e cercadas por esse material misterioso, dando mais velocidade à rotação galáctica e mais força gravitacional para atrair, reter e, eventualmente, devorar galáxias satélites.

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Com base em modelos da matéria escura da Via Láctea, os astrônomos esperam que a galáxia tenha muito mais satélites de galáxias anãs do que os encontrados até agora. Isso não significa necessariamente que essas galáxias não existam, e os cientistas não estão deixando pedra cósmica sobre pedra em seus esforços para encontrá-las na escuridão.


Os modelos baseados na matéria escura também nos dão previsões bastante detalhadas sobre quantas galáxias satélites deveríamos esperar ver em locais específicos, e é aqui que Virgo III e Sextans II estão a colocar um problema.


Homma e seus colegas estudaram dados do Programa Estratégico Subaru (SSP) Hyper Suprime-Cam (HSC) para estudar um segmento do espaço, em busca de galáxias satélites da Via Láctea. De acordo com os modelos de matéria escura, deveria haver cerca de quatro satélites de galáxias anãs naquela fatia do céu.

A localização de Virgem III. (Universidade NAOJ/Tohoku)

As duas novas galáxias elevam o total naquela região para nove. Mesmo antes da sua descoberta, o número de satélites era demasiado elevado para ser explicado.


Mudar as coisas de lugar – excluindo a galáxia anã clássica Sextans, por exemplo, ou adotar um modelo diferente para prever o número de satélites que deveríamos ver – também não resolve o problema.


O melhor modelo prevê atualmente que deveria haver cerca de 220 galáxias anãs orbitando a Via Láctea. Se a distribuição encontrada na pegada HSC-SSP for extrapolada para o resto do espaço ao redor da nossa galáxia, esse total estaria na realidade mais próximo de 500 satélites.

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É possível, no entanto, que a área ocupada pelo HSC-SSP contenha uma concentração maior de satélites do que a secção média do espaço. A única maneira de determinar se este é o caso é continuar a olhar para outras partes do céu e contar as galáxias anãs que encontramos lá.


“O próximo passo é usar um telescópio mais poderoso que capture uma visão mais ampla do céu”, diz o astrônomo Masashi Chiba da Universidade de Tohoku. “No próximo ano, o Observatório Vera C. Rubin no Chile serão usados ​​para cumprir esse propósito. Espero que muitas novas galáxias satélites sejam descobertas.”

A pesquisa foi publicada no Publicações da Sociedade Astronômica do Japão.

Rafael Schwartz

Apaixonado por tecnologia desde criança, Rafael Schwartz é profissional de TI e editor-chefe do Web Curiosos. Nos momentos em que não está imerso no mundo digital, dedica seu tempo à família.

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